As duas vezes em que eu achei que tudo estivesse perdido

29/09/2017 - 08h00


Por duas vezes, eu achei que tudo estivesse perdido. A primeira foi no concurso para Procurador da Fazenda Nacional, há muitos anos. Eu fiz a prova da ESAF, que foi uma das mais difíceis que já fiz na vida, e a minha nota na 1ª fase ficou dois pontos abaixo do mínimo. Como eu ainda estava terminando a faculdade, nem me preocupei tanto e acabei me esquecendo daquele concurso, na certeza de que tropeçara nas questões objetivas. Alguns meses depois, saiu o resultado e, por conta da anulação de algumas questões, não só eu tinha sido aprovado na prova seletiva como, após corrigirem a prova discursiva (foi tudo no mesmo final de semana), eu havia sido aprovado no concurso em uma excelente colocação.

A história se repetiu quando fiz o TRF da 1ª Região. Uma semana antes da 1ª fase, eu fiz, como treino em casa, a prova do concurso anterior. Quando conferi os meus acertos, vi que, se tivesse feito aquele concurso, teria ficado em 1º lugar na prova seletiva. Quer incentivo maior às vésperas de você iniciar o certame da sua vida? Passaram-se os dias e chegou a hora de encarar a prova de verdade. Porém, logo depois que eu saí do local do exame, em Brasília, lembro-me de ter ligado para a minha esposa para dizer que eu não tinha passado. Sabe quando você tem certeza de que não deu? Pois foi o que aconteceu. A prova do meu concurso do TRF da 1ª Região foi muito diferente da anterior e eu simplesmente despenquei na quantidade de acertos. No dia seguinte, quando saiu o gabarito preliminar, a certeza: eu ficara, novamente, dois pontos aquém da nota mínima.

Esse resultado me abalou de forma mais profunda, porque eu vinha de duas boas provas para juiz e tinha mirado meus estudos justamente para o TRF da 1ª Região, pois o sonho era ser juiz federal naquele tribunal. Você pode imaginar o abalo que senti ao perceber que tinha parado logo na primeira etapa. Foi horrível.

Mas, como eu continuava a jornada em outros dois concursos (TJ de Goiás e TRF da 5ª Região), respirei fundo, esqueci o tribunal de Brasília e segui em frente. Dez dias antes da data agendada para as provas discursivas da 1ª Região, não é que novamente anularam questões e eu havia sido aprovado? Nem acreditei! E, para melhorar a situação, fiz as discursivas, tirei a melhor nota entre todos os candidatos naquela fase e fui para a prova oral com a segunda nota mais alta, uma situação absolutamente tranquila para conseguir ser aprovado.

Às vezes, não dá mesmo. No único concurso para o MPF que eu fiz, apesar de ter superado o mínimo em todos os grupos da 1ª fase, não consegui ficar entre os selecionados para a prova discursiva. Acontece.

Porém, eu aprendi que não dá para perder as esperanças, seja em que fase for. Por duas vezes, como eu contei acima, achei que tivesse sido reprovado na prova seletiva e, depois dos recursos, consegui seguir em frente. Nas provas discursivas, não me lembro de ter entrado com recurso, mas sei de inúmeros casos em que amigos recorreram da nota e conseguiram a aprovação.

Enfim, nada de desespero, especialmente se a sua nota ficou apenas alguns poucos pontos abaixo do mínimo. Deixe que julguem os recursos, aguarde o gabarito final, antes de você achar que tudo está perdido.


Alexandre Henry

Professor e Juiz Federal


P.S.: caso você tenha Twitter, publico algumas coisas por lá. Perfil: https://twitter.com/henryprosa




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